A incidência de um grupo de doenças infecciosas crônicas – encontradas principalmente em populações pobres – pode diminuir de forma substancial por meio de doações feitas pela indústria farmacêutica. De acordo com relatório divulgado hoje (14) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os tratamentos são considerados simples e seguros, mas precisam ser expandidos.

Entre as 17 enfermidades – consideradas pelo órgão doenças tropicais negligenciadas – estão a dengue, a leishmaniose e a esquistossomose, encontradas inclusive no Brasil. Ao todo, 149 países apresentam formas endêmicas de algumas delas, afetando a vida de pelo menos 1 bilhão de pessoas.

O órgão citou acordos já fechados com empresas farmacêuticas que tratam da doação de medicamentos contra a lepra, a tripanossomíase africana (também conhecida como doença do sono) e a helmintíase (parasitose intestinal também frequente em países africanos).

Estão em fase de negociação doações de remédios que combatem a doença de Chagas, a leishmaniose, a úlcera de Buruli (doença que causa necrose na pele) e a elefantíase, além de problemas intestinais provocados por vermes que atingem, sobretudo, crianças.

A OMS cobrou ainda respostas por parte dos sistemas públicos de saúde às mudanças de padrão das doenças tropicais, provocadas por alterações climáticas e por fatores ambientais. Um dos exemplos citados é a dengue, que voltou a ser registrada em localidades onde havia sido eliminada.

As doenças tropicais negligenciadas prosperam em ambientes pobres, onde as habitações são precárias, contaminadas por sujeira e com propagação de insetos e animais de forma abundante. As consequências em longo prazo incluem cegueira, deformidades nos membros, desenvolvimento físico e mental comprometido e danos a órgãos internos.