Depois de perder a exclusividade na produção de dois de seus medicamentos mais importantes – Lípitor e Viagra -, o laboratório americano Pfizer entrou definitivamente no mercado brasileiro de genéricos. A empresa comprou, por R$ 400 milhões, uma participação de 40% na goiana Teuto. As negociações começaram em janeiro deste ano e o contrato foi assinado ontem de madrugada em São Paulo, depois de uma disputa acirrada – o laboratório brasileiro estava na mira de outras duas empresas.
No Brasil e em outros países, a Pfizer já tem parcerias com laboratórios de genéricos, mas esta é a primeira vez que a americana compra participação em uma empresa do segmento. Até pouco tempo atrás, aliás, esse era um negócio fora de cogitação para a companhia. ?Começamos a perder a exclusividade de produtos importantes, com a queda das patentes, e precisávamos de uma alternativa de crescimento?, explica Victor Mezei, presidente da multinacional no Brasil – país que representa 2% das vendas globais da companhia.
Com a aquisição, a Pfizer espera aumentar sua participação nas vendas em farmácias de 4,6% para 6,3% nos primeiros anos de parceria, passando do sétimo para o quarto lugar no ranking do varejo. Com isso, o grupo deixaria para trás os laboratórios Aché, Eurofarma e Novartis. Esse é um mercado que movimenta US$ 15,4 bilhões por ano e no qual a Teuto representa 1,7%.
Embora tenha uma participação modesta na venda de medicamentos para farmácias e distribuidoras, o laboratório vinha chamando a atenção do setor. ?Somos a empresa que mais cresce: cerca de 20% ao ano?, diz Marcelo Henriques, presidente da Teuto. Com faturamento de R$ 280 milhões no ano passado, o laboratório com sede em Anápolis (GO) foi assediado também por companhias como Aché e GlaxoSmithKline