A Secretaria de Saúde e Higiene de São José do Rio Preto inicia a partir deste sábado (16/10) uma campanha de conscientização em função do Dia Nacional de Combate à Sífilis, comemorado pela Sociedade Brasileira de Doenças Transmissíveis no terceiro sábado de outubro.
Durante todo o mês, no município 35 faixas alusivas a data estarão em pontos estratégicos como o Terminal Rodoviário, Shoppings, rotatórias, maternidades e Unidades Básicas onde também serão intensificadas as orientações de prevenção da doença, principalmente às gestantes. Neste período, spots educativos, produzidos pelo CEDUS – Centro de Educação Sexual do Rio de Janeiro, também serão veiculados na Rádio Educativa (FM 106,7). Eles foram gravados pelos atores Tony Ramos, Glória Pires, Orlando Moraes e Camila Pitanga.
A Sífilis é uma doença infecto-contagiosa sistêmica que acomete todo o organismo e evolui lentamente de forma crônica. Ela pode comprometer múltiplos órgãos como pele, olhos, ossos, sistema cardiovascular e sistema nervoso. De acordo com algumas características de sua evolução, a sífilis divide-se em Primária, Secundária, Latente e Terciária ou Tardia.
Quando transmitida da mãe para o feto é chamada de Sífilis Congênita. É por isso que o objetivo da Campanha é conscientizar as gestantes e orientar os médicos a pedirem os exames indicados.
O Ministério da Saúde preconiza a realização de exames durante o pré-natal e um teste no momento do parto, independentemente da história epidemiológica, classe social e outros.
Em Rio Preto, desde 2007, o município tem testado 100% das parturientes. Na rede SUS, a Secretaria de Saúde tem feito controle total das gestantes que realizam pré-natal. Os exames são centralizados no laboratório municipal que semanalmente disponibiliza a relação de gestantes testadas e esses dados são cruzados com o banco do SISPRENATAL, onde consta o registro de todas as pacientes que estão sendo atendidas na rede SUS.
Apesar de todas as ações importantes para a prevenção e controle da doença, tem sido registrada uma mudança no perfil epidemiológico da sífilis. Segundo a coordenadora das Doenças Crônicas Transmissíveis da Vigilância Epidemiológica, Ana Maria Rodrigues, houve um aumento significativo no aumento da bactéria Treponema pallidun causadora da doença, principalmente na população muito jovem, consequentemente um aumento em mulheres grávidas.
“Foram diagnosticados três casos de sífilis congênita em 2008 e 2009, mas neste ano já são 11. O aumento também se deve a um problema social que estamos vivendo, a maioria das gestantes é usuária de drogas, principalmente de crack. Essa população torna-se mais vulnerável e de difícil acesso aos serviços de saúde”, explica Ana Maria.
Sífilis Congênita
A infecção do feto pelo Treponema é feita pela placenta, a partir do quarto mês da gestação. As manifestações da doença, na maioria dos casos, estão presentes já nos primeiros dias de vida e podem assumir formas graves, inclusive podendo levar ao óbito da criança.