Um mês depois de viver um dia de protestos devido a reivindicações de setores da Polícia Nacional, o presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou ontem (29) que vai destinar US$ 70,7 milhões para a compensação salarial dos agentes públicos de segurança no país. Desse total, há um adicional de US$ 16 milhões que serão aplicados em promoções e prêmios ainda este ano.

Correa disse que a medida tem o objetivo de “reduzir as diferenças” salariais entre os agentes da Polícia Nacional e os das Forças Armadas. “[É um esforço para] construir um melhor sistema salarial. No nosso país há diferenças salariais acentuadas”, disse.

Pela proposta, a melhoria salarial vai considerar cada ano trabalhado e a patente do policial e militar. Segundo Correa, todos serão beneficiados pela medida, inclusive os que estão no início da carreira. O presidente lembrou ainda que as condecorações e medalhas serão concedidas como um símbolo de “honra e distinção” para os profissionais eficientes, seguindo os regulamentos.

Em 30 de setembro, as principais cidades do Equador, incluindo a capital Quito, foram tomadas por protestos de policiais nacionais. Os manifestantes reivindicaram a manutenção da lei que definia as concessões de bônus e gratificações. A medida foi eliminada por ordem de Correa. Em meio aos protestos, houve confrontos entre os manifestantes e os simpatizantes de Correa.

O presidente da República ficou isolado em hospital por cerca de 11 horas. Só conseguiu deixar o local com a ajuda de escolta. A onda de protestos foi interpretada por Correa e assessores como uma tentativa de golpe de Estado. A suspeita motivou reuniões extras dos presidentes da República e chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

Em uma nota oficial, a Unasul rechaçou as manifestações e reiterou apoio a Correa. Nos dias que se seguiram ao protesto houve manifestações favoráveis ao governo. O Brasil também manifestou apoio e solidariedade a Correa.

* Com a Agência Pública de Notícias do Equador e da América do Sul (Andes)