O governo federal autorizou hoje (13) o empréstimo de R$ 3,728 bilhões para o estado de Goiás para pagamento da dívida da Companhia Energética de Goiás (Celg). Os recursos serão repassados pela Caixa Econômica Federal, com prazo de pagamento de 20 anos e juros anuais de 6%.
De acordo com o presidente da Celg, Carlos Silva, o repasse será feito em três vezes: o primeiro no mês que vem, quando serão liberados R$ 1,2 bilhão, o segundo em janeiro de 2011, com o repasse de R$ 1,5 bilhão e o último em janeiro de 2012, quando serão repassados R$ 1,028 bilhão. Como garantia, a Eletrobras ficará com 6% das ações da companhia goiana.
Silva explicou que a Celg tem uma dívida de aproximadamente R$ 6 bilhões. No entanto, parte desse débito já havia sido negociado.
O ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou que o acordo “equaciona o problema Celg” e que a Eletrobras poderá ter representantes fazendo parte da diretoria da empresa goiana.
Ele lembrou que por conta da dívida, a empresa estava proibida de promover reajustes na tarifa elétrica. “A Celg é uma empresa que tinha um endividamento muito alto, que vem de anos esse processo bastante crítico, estava proibida de fazer reajuste e estava inadimplente com fundos setoriais e com o fornecimento de energia”.
O governador de Goiás, Alcides Rodrigues (PP), negou que o desfecho da negociação tenha cunho eleitoral, apesar da decisão ter sido anunciada às vésperas do anúncio do apoio do PP ao candidato Iris Resende (PMDB), que é apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Foi uma luta longa, há mais de três anos que estamos nessa negociação da dívida e chegamos, após negociação com o Ministério de Minas e Energia, com a Eletrobras, com o Ministério da Fazenda, ao denominador comum”, disse o governador.
“Sem dúvida nenhuma é uma notícia positiva para o estado de Goiás de uma negociação que estava sendo feita há muito tempo. Foi encaminhado um projeto de Lei à Assembleia do estado e não foi aprovado naquele momento e isso protelou em mais algum tempo a solução do problema. Contornamos esse problema com o governo federal que tem sido um grande parceiro do estado de Goiás”, acrescentou Rodrigues.
O governador ressaltou ainda que a operação vai devolver a saúde financeira à estatal. “Nós optamos por salvar a Celg, que é uma empresa dos goianos, com capital goiano, é a maior empresa do Centro-Oeste e um fator de desenvolvimento muito grande para toda a região. Com isso, estamos entregando a empresa com saúde financeira e saudável”, disse o governador.