Especialistas em política industrial e integração produtiva do Brasil e do exterior estão reunidos em Brasília para compartilhar experiências no setor. Segundo o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e coordenador nacional Brasil no Grupo de Integração Produtiva do Mercosul (GIP), o Encontro de Especialistas em Política Industrial e Integração Produtiva vai colocar em discussão um conjunto importante de questões referentes ao planejamento não só governamental, mas também articulado com o setor produtivo privado.

Para Arcuri, embora a experiência brasileira central seja o Mercosul, o país tem atuado para ampliar suas ações com outros blocos econômicos. “Isso coloca questões mais instigantes e necessárias para que possamos avançar nesse processo. O que nós queremos hoje não é construir uma solução, um conceito ou que seja definitivo. Queremos efetivamente compartilhar as experiências”, disse ele na abertura do evento.

O coordenador residente do Sistema Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil, Jorge Chediek, destacou a importância de se discutir no encontro a política industrial, pois é uma forma de melhorar “as condições de vida das pessoas”. Chediek lembrou que, na semana passada, o Programa da Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgou relatório mostrando significativo progresso na melhora da qualidade de vida entre os países em desenvolvimento.

“Particularmente, o Brasil vem sendo bem sucedido na coordenação das políticas econômicas e sociais. A melhor política é o emprego. E a maioria dos empregos são gerados pelas pequenas e média empresas. Então, a importância humana, além da política de trabalho em termos de política industrial, é muito grande”, afirmou Chediek.

O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, destacou que o Brasil tem visto a integração produtiva do país com a América Latina como um mecanismo necessário no processo de crescimento do país no cenário internacional.

“Em outras palavras, o governo considera estratégico integrar as economias vizinhas ao crescimento brasileiro. É uma das formas, inclusive, de aproveitar a maior expansão do mercado e diversificar a composição do comércio regional”, disse Barral.

De acordo com o secretário, o Brasil tem implementado inciativas de integração produtiva, mas também um programa de substituição competitiva de importações para facilitar e criar vantagens para o comércio regional nos mais diversos produtos. Ele citou uma experiência desenvolvida pelo ministério e a ABDI de integração produtiva com a Argentina que identificou setores sensíveis e estratégicos como prioritários para minimizar tensões comerciais entre os dois países.

Nesse caso, foram incluídos na política setores industriais dos dois países que, muitas vezes, disputam espaços, com demandas protecionistas de cada um dos lados. A estratégia é permitir uma coordenação para que “cada qual tenha uma escala de produção e dedicação de produtos nos quais tenham mais competitividade”.