Casos em que a mulher é mais velha que o homem com quem se casa estão em crescimento no País, conforme o estudo Estatísticas do Registro Civil, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse porcentual, que era de 19,3% em 1999, subiu para 21,3% em 2004 e chegou a 23% em 2009. A idade média das mulheres no primeiro casamento subiu de 24 anos, em 1999, para 26, dez anos depois.
O dado corrobora a elevação da idade das mulheres no casamento. A partir dos 60 anos, os índices de casamento dos homens são mais que o dobro que os números para as mulheres. O IBGE mostra que a maior parte das mulheres que se casaram em 2009 tinha de 20 a 24 anos (28,4). Para aquelas de 15 a 19 anos, o índice em 2009 foi inferior ao de 1999. Já na da faixa de 25 a 29, houve elevação contínua no período analisado, refletindo o aumento da idade média das mulheres ao casar.
O total de casamentos registrados no País em 2009 (935.116) caiu 2,3% na comparação com o ano anterior, segundo o estudo. O resultado interrompe sequência de aumento verificada desde 2002. Para o instituto, no entanto, a diferença é muito pequena e é preciso esperar o resultado da próxima pesquisa para verificar se de fato há mudança da curva.
A queda no índice foi de 6,7 em 2008 para 6,5 em 2009, resultado igual ao de 2006 e 2007. De acordo com o IBGE, o dado “expressa tendência de estabilidade ou leve oscilação negativa”. Os índices de nupcialidade mais elevados ocorreram no Acre (11,2) e no Espírito Santo (8,7) e os menores, no Rio Grande do Sul (4,4), no Piauí e em Sergipe (4,6 cada).
Para o gerente da pesquisa, Adalton Amadeu Bastos, é “muito arriscado” atribuir o resultado da queda de casamentos à crise econômica mundial de 2009. “O efeito da crise no País foi muito pequeno. É muito arriscado fazer uma afirmação dessa. Pode ter havido, por exemplo, um número menor de casamentos coletivos. Mas a diferença foi tão pequena que precisamos esperar o próximo ano para verificar a tendência.”
Separações e divórcios
O Mato Grosso do Sul encabeça o ranking nacional de dissolução de casamentos em 2009, segundo o IBGE: para cada 100 casamentos, 38 foram desfeitos. O menor valor foi observado no Maranhão, onde houve 7 dissoluções para cada 100 casamentos. A média brasileira de insucesso no casamento foi de 23%.
Quanto às separações, o índice manteve-se estável em relação a 2008, permanecendo em 0,8, e o de divórcios decresceu de 1,5 em 2008 para 1,4, em 2009. No período de dez anos (1999-2009), a comparação dos índices de divórcio mostra tendência de crescimento em todas os Estados, exceto no Distrito Federal, que manteve 2,66, e em São Paulo, onde houve ligeira queda – de 1,7 para 1,6.
A maior proporção de casamentos entre pessoas divorciadas ocorreu no Rio de Janeiro. O gerente da pesquisa diz que a nova lei aprovada este ano, que tornou mais simples o divórcio, deverá impactar os resultados da próxima pesquisa. “A nova lei termina com a separação judicial, facilita as coisas e diminui os prazos. Acredito que terá impacto na próxima edição da pesquisa”, afirmou Bastos.
Mortalidade masculina
O Rio também apresenta o maior índice de sobremortalidade masculina do País por causas violentas: 5,5 homens para cada mulher. A média brasileira é de 3,9 homens para cada mulher. Depois do Rio, vêm Bahia (5,3), Alagoas (5,3), Paraíba (5,3) e Pernambuco (5,2).
A proporção de óbitos masculinos com causas violentas no País era de 14,2% do total de óbitos em 1990, aumentou para 16,2% em 2002 e, em 2009, recuou para 14,9%, com pico no Centro-Oeste (18,3%) e destaque para os Estados do Mato Grosso (23,8%), Espírito Santo (21,3%) e Alagoas (21,1%).