Grupo de ativistas afirma que protestos globais impediram execução

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, disse nesta quarta-feira que a Justiça iraniana ainda não tomou uma decisão final sobre o destino da iraniana Sakineh Ashtiani, condenada à morte sob a acusação de trair e assassinar o marido.

Um grupo de ativistas havia dito que Sakineh poderia ser executada a partir desta quarta-feira.

“A pessoa (Sakineh) matou seu marido, e eu acho que o fato seria considerado crime em qualquer país, a pessoa seria punida em qualquer lugar. Mas neste caso não foi ainda tomada uma decisão final”, disse o chanceler em uma coletiva durante visita à ex-república soviética da Geórgia.

Também nesta quarta-feira, o ministro do Exterior francês, Bernard Kouchner, divulgou uma nota em que disse ter conversado com Mottaki, que teria lhe garantido que a execução iminente “não correspondia à realidade”.

Repercussão

Sakineh foi julgada culpada de adultério há muitos anos e condenada à morte por apedrejamento. O caso ganhou repercussão internacional em julho, quando se divulgou que ela havia sido condenada à morte por supostamente ter assassinato o marido.

Em setembro, o Irã anunciou a suspensão da execução por apedrejamento, mas disse que ela poderia ser enforcada devido à condenação por homicídio.

O Comitê Internacional contra o Apedrejamento (Icas, na sigla em inglês), grupo de ativistas que atua pela libertação de Sakineh, disse antes que autoridades em Teerã haviam dado sinal verde para que ela fosse enviada a uma prisão na cidade de Tabriz (noroeste do Irã) para ser executada, possivelmente na quarta-feira ou pouco depois.

A organização depois voltou atrás e disse que a execução não ocorrera devido aos protestos globais.

Vários países, entre os quais a França, os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e o Canadá, se opuseram à pena contra Sakineh.

Também nesta quarta-feira, a presidente eleita, Dilma Rousseff, disse ser “radicalmente contra” a execução da iraniana.