Minutos antes de deixar a África, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou o aporte de recursos do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) ao Banco PanAmericano. Ele negou que tenha conversado sobre a situação do banco com o empresário Silvio Santos ao recebê-lo, em setembro. O PanAmericano pertence ao Grupo Silvio Santos.
“Não [conversei com Silvio Santos] porque não é assunto do presidente da República. O presidente não empresta dinheiro, não faz negócios com bancos e não fiscaliza bancos. Isso quem faz é o Banco Central do Brasil”, disse na Base Aérea de Maputo antes embarcar para a Coreia do Sul, onde participará da reunião do G20.
De acordo com o presidente, o aporte de R$ 2,5 bilhões do FGC é uma operação legal feita para restabelecer o pleno “equilíbrio patrimonial” da instituição, ampliar a liquidez operacional e preservar o atual nível de capitalização. “O PanAmericano recorreu a um empréstimo dos bancos, do fundo garantidor dos bancos. O fundo garantidor existe exatamente para isso.”
No dia 22 de outubro, Lula recebeu Silvio Santos no Palácio do Planalto. Depois da reunião, o apresentador disse à imprensa que apenas pediu ao presidente que gravasse uma mensagem e fizesse uma doação ao programa Teleton, que arrecada recursos para uma instituição que atende crianças com deficiência.
Ontem (9), o Banco PanAmericano anunciou que recebeu aporte de R$ 2,5 bilhões do FGC para restabelecer o pleno “equilíbrio patrimonial” da instituição, ampliar a liquidez operacional e preservar o atual nível de capitalização.
No ano passado, a Caixa Econômica Federal pagou R$ 739,2 milhões para adquirir parte do PanAmericano. A instituição estatal, por meio da Caixa Participações S.A. (Caixapar), adquiriu 35,54% do capital total do banco.