O presidente nacional do PSB e governador reeleito de Pernambuco, Eduardo Campos, defendeu hoje (4) a volta da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), ao alegar a existência de um subfinanciamento na ordem de R$ 51 bilhões ao ano na área da saúde.
“Se precisar ser em parte ou totalmente a CPMF vamos fazer isso, porque depois que baixou a CPMF não vi cair o preço de nada”, disse o governador que já vem mantendo conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a presidenta eleita Dilma Rousseff, sobre o assunto.
Ele defendeu a necessidade de mais recursos para a área, no âmibito estadual e municipal. “Governadores do PSB têm colocado ao presidente Lula e colocamos à presidenta Dilma que há um subfinanciamento da saúde. Saúde hoje é grave questão nas contas dos municípios e dos estados.”
“Temos recebido [do Sistema Único de Saúde] diária para UTI [unidade de terapia intensiva] de R$ 500. Em Pernambuco, só conseguimos contratar [leitos] por algo em torno de R$ 1,4 mil. É uma questão do mundo real: ou se discute o financiamento da saúde ou muitas pessoas vão morrer”, disse Eduardo Campos antes de participar da reunião da Executiva Nacional do PSB, que ocorre nesta manhã em Brasília, para discutir a participação da legenda no governo de Dilma Rousseff.
A CPMF foi criada no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso e o fim da cobrança ocorreu em dezembro de 2007, quando a oposição venceu a base governista, que lutava, no Congresso, pela prorrogação do tributo. De acordo com cálculos do governo, o fim do imposto tirou R$ 40 bilhões anuais da área da saúde.
Para o governador reeleito do Ceará, Cid Gomes, a volta da CPMF é necessária e representa um “sacrifício” pequeno para parte da população em nome de uma causa maior. “É um sacrificiozinho para parte dos brasileiros que usa banco, em nome de uma maioria que tem péssimos serviços na área de saúde”, considerou Cid.
Eleito no Espírito Santo, Renato Casagrande, considerou que a volta do imposto deve ser discutida dentro da proposta da reforma tributária, mas admite a urgência de resolver o problema do financiamento da saúde. “Acho que qualquer criação de tributo deve ser feita no contexto da reforma tributária porque desonera de um lado e onera do outro”, disse o novo governador.
“Quanto à CPMF, temos que esperar a reunião dos governadores com a presidenta Dilma. Então vamos esperar todos assumirem. É uma questão para nós governadores, prefeitos, da população brasileira que a gente tenha mais recurso para saúde. Temos que ver alternativas. Que precisamos de mais recursos para saúde é um fato”, enfatizou.