O deputado federal eleito Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o palhaço Tiririca, conseguiu ler e escrever em teste de alfabetização feito nesta quinta-feira pela Justiça Eleitoral.

Segundo o presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo, Walter de Almeida Guilherme, o deputado eleito fez um ditado tirado da página 52 do livro “Justiça Eleitoral, uma retrospectiva”, editado pelo tribunal.

Ele teve que escrever: “A promulgação do Código Eleitoral, em fevereiro de 1932, trazendo como grandes novidades a criação da Justiça Eleitoral”.

Tiririca também foi obrigado a ler o título e subtítulo de duas reportagens, uma sobre o Procon e outra sobre Ayrton Senna. Ele teve de fazer uma interpretação do que leu e escreveu.

O deputado eleito se recusou a fazer uma perícia do documento que apresentou ao registrar a candidatura para provar que era alfabetizado.

O presidente do tribunal lembrou que ninguém é obrigado a produzir uma prova contra si mesmo.

De acordo com Guilherme, o comediante será diplomado, qualquer que seja o resultado.

Na tarde de hoje, estão sendo ouvidas quatro testemunhas, duas de defesa e duas de acusação.

A decisão sobre o teste será do juiz Aloízio Silveira, que cuida do caso.

Recordista de votos nestas eleições, Tiririca chegou para a prova por volta das 9h ao lado do advogado e não falou com a imprensa.

Ele saiu para almoçar pouco depois das 12h e voltou cerca de duas horas depois. O sigilo do processo foi derrubado.

Tiririca foi acusado pelo Ministério Público de entregar à Justiça Eleitoral declarações falsas sobre sua alfabetização e seus bens.

A denúncia levou à abertura de uma ação penal sob a acusação da prática de falsidade ideológica contra o humorista, eleito no último dia 3, com 1,3 milhão de votos –o recorde deste ano para as vagas da Câmara dos Deputados.

A perícia levantou a suspeita de que a declaração de alfabetização não foi redigida pelo humorista.