A arrecadação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) superou, até novembro deste ano, tudo o que foi recolhido em 2009. Segundo dados divulgados hoje (29) pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, a estimativa é que em 2010 a arrecadação bruta do fundo ultrapasse os R$ 60 bilhões e a líquida chegue a mais de R$ 11 bilhões. No último ano, a arrecadação líquida do FGTS foi de R$ 6,9 bilhões.
Segundo o ministro, o dado reflete o bom momento da economia e a geração de empregos durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva. “É mais uma comprovação direta do aumento de arrecadação pela geração de empregos. O FGTS aumenta conforme o emprego cresce”, disse o ministro em almoço com jornalistas hoje, em Brasília.
Até novembro, o fundo já tinha arrecadado R$ 55,2 bilhões no total, valor superior aos R$ 54,7 bilhões arrecadados em 2009. Os saques diminuíram de R$ 47,8 bilhões no ano passado para R$ 45 bilhões este ano, favorecendo o aumento da arrecadação líquida do FGTS. Com isso, o patrimônio do fundo recebeu, até novembro, R$ 10,2 bilhões.
O total de recursos injetados pelo FGTS na economia também subiu de R$ 47,9 bilhões no último ano para R$ 74,6 bilhões em 2010 – sem contabilizar o mês de dezembro que ainda não teve os dados fechados pelo ministério.
A habitação foi o setor que mais recebeu recursos do FGTS, com R$ 35,2 bilhões até novembro. Em 2009, o volume foi de R$ 24,8 bilhões. O maior crescimento proporcional foi registrado na área de infraestrutura, que passou de R$ 1 bilhão no ano passado para R$ 11 bilhões este ano.
O setor de saneamento teve os investimentos mantidos em R$ 4,6 bilhões. Já os investimentos em infraestrutura feitos pelo Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS) caíram de R$ 10,7 bilhões para R$ 3,1 bilhões.
Segundo o ministro, dois fatores provocaram essa queda. Primeiro, a Lei Eleitoral, que prejudicou as parcerias públicos privadas (PPP) em 2010 – principal modelo adotado para os investimentos em saneamento. Segundo, a forte demanda de recursos do ano passado para grandes empreendimentos, como as usinas hidrelétricas do Rio Madeira. Por isso, de acordo com Lupi, os investimentos em infraestrutura diminuíram este ano.
“No ano passado começaram fortemente os empreendimentos, então muitos recursos foram tomados. Essas obras estão em andamento, então a demanda foi menor. E também porque é ano eleitoral e as PPP tiveram dificuldades em função da lei”, explicou.
O setor de energia responde por 72% do total de recursos destinados para investimentos pelo FI-FGTS. Ao todo, foram aprovados R$ 13,7 bilhões para esta área, sendo que R$ 11,6 bilhões já foram desembolsados. Ferrovias, portos, rodovias e saneamento são as outras áreas que, juntas, já receberam cerca de R$ 4 bilhões do fundo. No total, foi aprovada a aplicação de R$ 19,1 bilhões nas cinco áreas, dos quais R$ 15,8 bilhões já foram desembolsados.