O Irã enforcou hoje 11 membros do grupo militante sunita Jundallah, que reivindicou o violento ataque suicida contra uma procissão xiita na semana passada. A informação foi divulgada por um funcionário do Judiciário iraniano. Em entrevista à agência estatal Irna, o chefe do departamento de justiça provincial, Ebrahim Hamidi, disse que 11 membros do Jundallah, que nos últimos meses estavam envolvidos com atentados terroristas na província de Sistan-Baluquistão, foram enforcados na prisão Zahedan.
O Jundallah, ou Exército de Deus, é um grupo militante sunita proscrito, que já reivindicou vários ataques mortíferos nessa província, fronteiriça com o Afeganistão e o Paquistão. Entre eles está um ocorrido há cinco dias, quando 39 pessoas foram mortas na cidade de Chabahar.
O líder do Jundallah, Abdolmalek Rigi, foi enforcado em junho. O grupo afirma estar lutando pelos direitos dos baluquis sunitas, uma presença significativa na província. Autoridades iranianas acusam o grupo de receber apoio dos serviços de inteligência do Reino Unido e dos Estados Unidos. No mês passado, Washington designou oficialmente o Jundallah como uma organização terrorista estrangeira.
Ao lado de China, Arábia Saudita e os EUA, o Irã é o país com um dos números mais altos de execuções a cada ano. Até o momento, foram enforcadas pelo menos 162 pessoas no país este ano, segundo balanço da France Presse elaborado a partir de reportagens da imprensa. Pelo menos 270 foram executadas em 2009.
A república islâmica afirma que a pena de morte é essencial para manter a lei e a ordem e é aplicada apenas após exaustivos procedimentos judiciais. Homicídio, estupro, roubo armado, narcotráfico, adultério, entre outros, podem levar à pena de morte no país persa.