O número de mortes no trânsito caiu em quase todos os 33 bairros da capital fluminense de 2008 para 2009. Mas em sete localidades as mortes aumentaram, segundo pesquisa da organização não governamental (ONG) Rio Como Vamos.
Segundo o levantamento, divulgado ontem (9), a queda do número de mortes de 22% no período é reflexo da Lei Seca que, com operações de trânsito, coibiu os motoristas de ingerirem bebidas alcoólicas antes de dirigir com medidas como a aplicação de multas pesadas, perda da carteira de habilitação e até a detenção.
No entanto, a medida não teve a mesma eficácia em toda a cidade. Em Campo Grande, na zona oeste, Complexo do Alemão, Pavuna, Penha, Tijuca e Vigário Geral, na zona norte, o número de vítimas aumentou de um ano para o outro, assim como em Santa Teresa, no centro.
Calculado sobre um grupo de 100 mil habitantes, o número de mortes na Pavuna foi o mais alto, de 22,33. Por outro lado, Copacabana, na zona sul, registrou o menor 3,41. No centro da cidade, o indicador registrou a maior queda, de 55%, passando de 97,37 para 43,54 vítimas.
“A redução das mortes no trânsito é, evidentemente, resultado da Lei Seca. O índice caiu em praticamente todas as regiões. Mas onde não caiu, é necessária uma intervenção focada, com maior vigilância”, avaliou a presidente da ONG, Rosiska Darcy de Oliveira.
O coordenador da Lei Seca informa que pretende intensificar o número de operações nessas localidades. Atualmente, segundo Carlo Alberto Lopes, sete equipes, com cerca de 20 pessoas, patrulham toda a cidade nos horários mais críticos.
“À medida que combatemos à violência e a criminalidade em determinados pontos, como na Barra da Tijuca, vamos fazendo uma rotatividade”, acrescentou. O número de mortes em decorrência do trânsito caiu 44% na Barra, entre 2008 e 2009, segundo a pesquisa da Rio Como Vamos.
Para calcular o indicador, a ONG acessou o sistema DataSus do Ministério da Saúde, além de dados de outros órgãos governamentais. Além da violência no trânsito, a pesquisa elenca cerca de 70 indicadores socioeconômicos sobre a qualidade de vida dos cariocas.