As medidas de restrição ao crédito anunciadas hoje (3) pelo Banco Central (BC) não devem ter impacto negativo nas vendas de Natal. A avaliação é do economista João Carlos Gomes, superintendente de Economia e Pesquisas da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ).
“As medidas não vão influenciar nada no Natal, porque todas as variáveis que dão suporte para um final de ano favorável já estão dadas. Temos o acúmulo de mais de 2 milhões de empregos gerados durante o ano [no país], a renda subiu mais de 6% em relação a outubro do ano passado e uma saúde financeira bastante favorável da população, dado o volume de inadimplência baixo”, disse Gomes. “Então, não há por que falar que as pessoas, na tomada de decisão e previamente organizadas, vão sofrer algum tipo de influência de qualquer mudança de política monetária.”
O economista da Fecomércio acredita que a decisão do BC tenha sido tomada como forma de se evitar uma nova elevação da taxa de juros básica da economia. “Tudo indica que essa foi uma medida para não subirem os juros agora em dezembro.”
Apesar de considerar desprezível no curto prazo o impacto da redução de crédito imposto pelo BC, João Carlos alerta para efeitos negativos sobre o comércio em 2011, se mantidas as decisões, aliadas a uma alta na taxa de juros. “O impacto de curtíssimo prazo é zero. Mas daqui para frente não. Se houver a manutenção do compulsório e aumento de taxa de juros em janeiro, avançando em uma política monetária restritiva, aí haverá uma tendência que o resultado do comércio seja influenciado negativamente .”