Em uma das maiores favelas do Rio de Janeiro, a Rocinha, na zona sul da cidade, 144 famílias receberam hoje (21) moradias por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Comunidades. Foram inauguradas habitações de 43 metros quadrados, de dois quartos, sala, cozinha, banheiro e área, além de unidades adaptadas para pessoas com deficiência.
A distribuição das casas foi feita por sorteio e contemplou moradores de áreas de risco e da Rua 4, uma das principais entradas da comunidade. Com as obras, as antigas casas foram removidas e a rua passou de 60 centímetros de largura para até 12 metros. Agora, também servirá de alternativa a Estrada da Gávea que liga o bairro da Gávea a São Conrado.
O presidente da Empresa de Obras Públicas do Rio, Ícaro Moreno, destacou a dificuldade do projeto. “A Rua 4 com 60 centímetros tinha até prédios de sete andares. Tivemos que realocar essas pessoas e para isso, foram muitas negociações no local, que tinha o maior índice de tuberculose do Rio. Agora estamos levando saúde e dignidade para todos”.
Uma das moradoras atendidas foi a auxiliar de serviços gerais Antônia Márcia Pereira, de 48 anos. Há 32 anos na comunidade, desempregada, vivia com seis dos seus oito filhos na Rua 4. “Não esperava que me chamassem, mas um engenheiro do PAC foi à minha casa, que estava alagada, e viu que eu não tinha condições de morar lá com meus filhos”. Sem esquecer dos vizinhos, Antônia Márcia também cobra mais melhorias . “Falta esgoto na Rua 3 e na Rua 2”.
Os investimentos do PAC na Rocinha somam R$ 272 milhões e vão beneficiar 30 mil famílias. Além das 144 casas, inclui creche, mercado público, saneamento básico, mobilidade urbana, equipamentos comunitários e centro de convivência. A Rocinha não é uma comunidade pacificada e os moradores ainda convivem com quadriilhas de tráfico de drogas.