O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou hoje (9), em comunicado formal, que o candidato da oposição à presidência da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, venceu o segundo turno das eleições ocorridas no dia 28 de novembro. O comunicado é divulgado após três dias de debate na organização. Nesse período, a Rússia manifestou preocupações de que a ONU estivesse ultrapassando os limites de suas atribuições.

Mesmo sob pressão internacional, o presidente em exercício da Costa do Marfim Laurent Gbagbo, se recusa a deixar o poder. O candidato da oposição trabalha de um quarto de hotel de luxo em Abidjan, a maior cidade do país, protegido por soldados da força de paz da ONU.

No comunicado, o Conselho de Segurança disse condenar “nos termos mais fortes” qualquer tentativa de “subverter a vontade do povo” na Costa do Marfim.

A nota diz ainda que a decisão de apoiar o resultado das eleições seguiu a do bloco regional africano Ecowas. A Costa do Marfim foi suspensa do bloco depois que o presidente Gbagbo decidiu permanecer no governo.

A representante dos Estados Unidos Susan Rice disse que a missão da ONU na Costa do Marfim tem o poder de certificar uma eleição por causa de um tratado de paz assinado após a guerra civil de 2002 no país. O apoio do Conselho de Segurança a Ouattara deixa Laurent Gbagbo quase sem apoio na comunidade internacional. Em Abidjan, os dois candidatos têm seus próprios gabinetes de governo, aumentando a tensão no país.