A Petrobras espera manter o mesmo ritmo de crescimento dos últimos anos e ter uma alta de 3,5% e 4% na produção de óleo e gás em 2011. A estimativa foi feita hoje (14) pelo diretor de Exploração e Produção da estatal, Guilherme Estrella. Segundo ele, o ano de 2010 deve fechar com uma média de mais de 2 milhões de barris de óleo por dia.
“E essa é uma perspectiva muito boa, porque boa parte da nossa produção provem de campos maduros, que enfrentam, como outros campos do mundo, declínio acentuado. Mas prevemos que, apesar disso, esse padrão de crescimento será confirmado em 2011”, disse Estrella.
Apesar do grande número de campos maduros, o executivo explica que há plataformas que estão começando a produzir agora, como a P-57, que deve alcançar sua capacidade máxima de produção, de 180 mil barris por dia, em maio do ano que vem.
A Petrobras também divulgou hoje que deve fechar 2010 com uma exportação média de 450 mil a 500 mil barris de óleo por dia. Ainda não há, no entanto, uma estimativa para 2011.
Outra estimativa feita na coletiva de hoje foi a de que a Petrobras deverá encerrar o ano de 2010 com uma capacidade de produzir 1 milhão de metros cúbicos (1 bilhão de litros) de etanol e 500 mil metros cúbicos (500 milhões de litros) de biodiesel.
Na coletiva realizada hoje com o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e com cinco diretores, a empresa confirmou ainda a compra de 30% do campo de gás de Itaú, na Bolívia, vizinho ao Campo de San Alberto.
“Nós vamos manter o programa de investimento na Bolívia, em relação à exploração e produção. O objetivo é garantir o fornecimento contratual”, disse o gerente-executivo de negócios da Área Internacional da Petrobras, Carlos Alberto de Oliveira.
Na coletiva, o presidente José Sergio Gabrielli também afirmou que a empresa trabalha com um preço do barril de petróleo variando entre US$ 65 e US$ 85 no longo prazo. Segundo ele, apesar do petróleo chegar a mais de US$ 90 neste ano, a empresa não reajustou preços de gasolina e diesel.
Perguntado sobre o risco de a Petrobras se envolver em acidentes como o que aconteceu neste ano, no Golfo do México, Gabrielli disse que a empresa é “inimiga do risco” e que investe bastante na prevenção. Apesar disso, o presidente da Petrobras disse que a indústria petrolífera, em geral, precisa melhorar suas técnicas de contenção de óleo.
Para Gabrielli, o acidente do Golfo do México mostrou que é preciso criar uma rede que envolva todas as empresas petrolíferas, governos e Forças Armadas, para que possa haver uma resposta rápida a desastres. O diretor Guilherme Estrella disse que a exploração da camada pré-sal não oferece nenhum risco extra à indústria.