O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (2) que o próximo Natal deverá o ser o melhor em termos de vendas no varejo. Perguntado se não existe, no momento, preocupação com a alta da inflação e dos juros futuros, Mantega lembrou a alta do preço das commodities (produtos básicos), principalmente de alimentos e ressaltou que a questão é mundial e está ocorrendo em todos os países.

Mantega disse que um dos motivos da alta do preço dos produtos é a sazonalidade e que há também um pouco de especulação, devido à falta de alternativa de investimentos para os estrangeiros, já que sobra dinheiro na economia internacional, com muita emissão pelos países avançados. De acordo com o ministro, as questões climáticas também pressionam os preços dos alimentos, tanto internamente quando no exterior.

“Aqui no Brasil, depois de a gente ter tido uma alta muito forte do milho, do feijão, do trigo, esses já dão sinal de reversão no atacado, mas isso ainda não aparece no varejo. Portanto, é cíclico”, afirmou. Mantega destacou, porém, que no atacado a queda da inflação tem sido detectada, mas no varejo a redução só deverá ser observada a partir de janeiro.

No entanto, ressaltou o ministro, alguns preços continuarão altos, como o da carne, que está em falta no mercado internacional. “Podemos ficar tranquilos. Haverá uma redução de preço de alimentos no ano que vem. Essa história nós já vimos. É só lembrar do início do ano [2010], quando houve uma elevação inflacionária por causa do álcool e da chuva, com problemas com hortifrutigranjeiros, e depois baixou”, disse.

Mantega frisou que não se deve apenas observar o preço dos alimentos, mas o conjunto dos preços da economia. Ele lembrou que a economia está crescendo a 7,5%, com consequências para a demanda. “Portanto, o consumo, a demanda, está forte. Acho que nós teremos o melhor Natal em termos de venda do varejo”, destacou.

Segundo ele, se nos cálculos forem retirados do núcleo da inflação os alimentos e os combustíveis, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fica abaixo de 5%. “Se forem mantidos os dois itens, a inflação pelo mesmo índice passa para 5,2%, ainda dentro da meta. “Um pouco acima do centro da meta [4,5%, podendo variar 2 pontos para cima ou para baixo], mas ainda dentro da meta. A inflação está sob controle, não vai escapar da meta, e o governo fará o que for necessário para isso continue”, afirmou.