O Rio de Janeiro ganhou hoje (10) o Labnano, primeiro laboratório de nanociência e nanotecnologia do estado, que estará à disposição de pesquisadores de todo o país. O laboratório faz parte do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). O coordenador do Labnano, Rubem Sommer, disse à Agência Brasil que o país já tem um laboratório dedicado à nanociência, em São Paulo, mais voltado à microscopia eletrônica.
Sommer explicou que a principal diferença do laboratório carioca é que ele é voltado à fabricação de nanocomponentes. “Vai ter facilidades e equipamentos que vão permitir a pesquisadores brasileiros projetar e construir estruturas com dimensões nanométricas, que poderão ser dispositivos, circuitos eletrônicos. É uma facilidade experimental, não havia nenhuma desse tipo instalada no país até o momento”.
O acesso pleno do Labnano aos usuários está previsto para fevereiro de 2011. Sommer alertou, porém, que os interessados já devem apresentar suas necessidades de pesquisa ao CBPF. “O usuário tem que ser treinado para operar os equipamentos”. Nesse tipo de tecnologia em escala nanométrica, que representa a bilionésima parte do metro, o próprio pesquisador deve estar próximo dos equipamentos ou ter uma pessoa de confiança para tocar o projeto. “Porque, senão, a chance de obter resultados vai ser muito pequena”.
Rubem Sommer avaliou que uma das principais vantagens do Labnano é a possibilidade de oferece aos pesquisadores nacionais a oportunidade de fabricar estruturas que antes não eram possíveis. Como exemplo, citou sensor de campo magnético. “Antes, a gente não tinha capacidade de fazer um desenho em três dimensões, projetar um sensor com dimensões nanométricas em três eixos e construí-lo. A partir de agora, a gente já pode construir uma escala de protótipo e testar os sensores. Nós estamos entrando em uma fatia de mercado que antes era restrita a países do primeiro mundo”.
O coordenador não tem dúvidas de que o Labnano vai dar maior competitividade à área científica brasileira, tanto do ponto de vista da ciência básica, como da ciência aplicada e da inovação. O laboratório tem uma parte dedicada a aplicações industriais, voltada à solução de problemas do setor produtivo. O Labnano beneficia todas as áreas do conhecimento.
Foram investidos R$ 8 milhões na estrutura do Labnano, dos quais R$ 7 milhões repassados pelo MCT, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).