O Banco Central (BC) negociou todos os 20 mil títulos ofertados hoje (14) no leilão de swap cambial reverso, arrecadando US$ 987,8 milhões. Bem próximo, portanto, da estimativa de US$ 1 bilhão feita pela própria autoridade monetária na véspera, quando anunciou a reedição de um instrumento de política cambial que não usava desde maio de 2009.
Por essa modalidade, que equivale a compra de dólares no mercado futuro, o BC oferece os papéis e ganha a variação cambial no período de validade dos contratos, no caso de a moeda norte-americana se valorizar. Se o dólar continuar em queda, quem ganha são as instituições financeiras que compraram os papéis e recebem as taxas de juros previamente estipuladas além da variação da cotação do dólar.
De acordo com o BC, o leilão foi dividido em três lotes. Foram ofertados 3 mil títulos com vencimento em 1º de abril deste ano (74 dias), negociados por US$ 149,4 milhões e taxa linear de 1,856% ao ano; 7 mil títulos com vencimento em 1º de julho (165 dias), vendidos por US$ 347,3 milhões com taxa de 1,686%; e 10 mil papéis com vencimento em 2 de janeiro de 2012 (350 dias), negociados por US$ 491,1 milhões à taxa de 1,86%.
O BC decidiu retomar os leilões de swap reverso depois de ouvir o mercado financeiro para saber se havia demanda pelos contratos. Como a sinalização das instituições financeiras foi positiva, a autoridade monetária resolveu adotar a medida, que é mais uma alternativa para enxugar o mercado cambial e conter a valorização da moeda nacional.
Coincidentemente, a medida veio na mesma hora em que a China anunciava mais um aumento do compulsório bancário. A união dessas notícias fez a cotação da moeda norte-americana abrir a sexta-feira em alta de mais de 1% em relação à véspera, depois de três quedas seguidas. Depois do leilão do BC, a alta arrefeceu um pouco. Às 15 horas, o dólar estava cotado a R$ 1,682 para compra e R$ 1,684 para venda, com valorização de 0,89%.