O ministro da Defesa do Chile, Jaime Ravinet, renunciou ao cargo ontem (13) à noite depois das denúncias de uso de verbas públicas na compra de casas e aquisição de pontes de emergência. Ravinet era de oposição, mas aderiu ao governo do presidente chileno, Sebastián Piñera. Nos últimos dias, ele se envolveu em uma polêmica com os militares ao afirmar que eles não dariam apoio ao país em casos de desastres.
“Eu tomo esta decisão por motivos pessoais. A renúncia é irrevogável”, disse Ravinet, depois de se reunir com o ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter. “O que posso dizer? Para mim foi um cargo agradável por dez meses, enquanto estive nele.”
A controvérsia em torno de Ravinet surgiu, pela primeira vez, depois da compra de material para a reconstrução do Chile, devastado pelo terremoto de 27 de fevereiro de 2010. Há suspeitas de que houve a compra de uma ponte a um preço excessivamente elevado. Foi aberta uma comissão para investigar a operação.
A crise se agravou com a conclusão da Controladoria-Geral do Chile e críticas da oposição sobre a compra de uma casa para o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Christian Le Dantec. O custo estimado da casa é superior a US$ 1 milhão.
Logo depois, Ravinet se envolveu em outra polêmica: levantou a hipótese de os militares resistirem na integração de atividades em casos de catástrofes naturais – comuns no Chile onde frequentemente ocorrem tremores de terra e tsunamis. “No futuro, os militares ficarão relutantes em prestar assistência às autoridades civis em catástrofes naturais”, disse ele.