Enxaqueca não é um problema exclusivo dos adultos. Crianças também podem ser vítimas do mal. Somente no Hospital Infantil Darcy Vargas, da Secretaria de Estado da Saúde, cerca de 300 crianças e adolescentes entre 0 e 18 anos são atendidos no ambulatório de neurologia com quadros de cefaléia (dor de cabeça). E 30% dos casos são classificados como enxaqueca.
A enxaqueca é uma doença sistêmica, diferentemente de uma simples dor de cabeça. Associada à dor há sintomas associados como alterações de humor, perturbações sensitivas, vertigens, náuseas, vômitos e dores abdominais, entre outros.
“Muitas pessoas confundem a doença enxaqueca com a intensidade da dor de cabeça, mas a dor é apenas um dos sintomas da doença. A enxaqueca precisa ser tratada em alguns casos com medicamentos e, principalmente com mudanças de hábitos, geralmente alimentares, de sono e ambientais”, afirma Paulo Plaggert, neurologista do Hospital Infantil Darcy Vargas.
As crises podem ser desencadeadas por características hereditárias (tendência familiar), incômodo com lugares com muito ruído, claridade, calor, noites de sono inadequadas, estresse, consumo de certos alimentos ou alimentação ineficiente (jejum prolongado) e modificações hormonais desencadeadas pela puberdade.
“As meninas costumam tornar-se o grupo predominante no início da adolescência, quando começam as mudanças hormonais”, complementa Plaggert.
Para diagnosticar a doença, alguns critérios clínicos são considerados e, se necessário, são feitos exames específicos. Ao confirmar o diagnóstico, a enxaqueca poderá ser tratada com medicamentos profiláticos e mudanças de hábitos de vida. A investigação da causa das dores deve ser feita em cada paciente.
“É preciso evitar hábitos que podem fazer a dor aparecer, como pular as refeições, exposição ao sol, alimentação inadequada e alguns tipos de chocolate”, alerta o neurologista.