Famílias de sem-terra vindas de todos os lugares do País ocupam desde sábado (15), barracos erguidos numa estrada vicinal que liga o município de Teodoro Sampaio à destilaria Alcídia, do Grupo Odebrecht, no Pontal do Paranapanema, no oeste do estado de São Paulo.

O acampamento faz parte de um conjunto de ocupações simultâneas, que de sábado (15) para domingo (16) passaram de 26 para 37, numa tentativa de pressionar o Governo do Estado, a retomar 92,6 mil hectares de terras declaradas terras públicas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A informação é de José Rainha Júnior, um dos líderes da luta pela terra no País.

“Essas terras têm de ser destinadas para a reforma agrária”, disse Rainha, referindo-se a área explorada por usineiros de cana-de-açúcar e por pecuaristas. Ele acredita que a ocupação vá crescer ainda mais nesses próximos dias, devendo reunir entre mil e l.500 famílias.
Rainha defende a participação do Governo Federal no processo de retomada pelo Governo do Estado.

MAIS INVAÇÃO – Cerca de 400 pessoas, de três movimentos de sem-terra, invadiram na madrugada de domingo (16) duas fazendas em Rancharia.

O MST levou 280 pessoas cadastradas na ocupação da Fazenda Santa Rita do Morro, propriedade rural de 360 alqueires. No mesmo local, estão 50 pessoas do MAST, outro movimento que atua principalmente na região do Pontal do Paranapanema.

Líderes dos dois movimentos afirmaram que a ocupação visa pressionar o Incra a liberar para a reforma agrária áreas já vistoriadas no município de Rancharia.

A maioria dos invasores pertence ao Acampamento do Aprumado, que existe há mais de dez anos nas imediações da periferia de Rancharia, à margem da ferrovia.

Na mesma área, do Balneário de Rancharia, uma outra fazenda foi invadida na madrugada de domingo (16).

Cerca de 60 pessoas passaram a manhã erguendo barracos ao lado da sede da Fazenda Santa Maria, de 320 alqueires.

Os invasores pertencem ao movimento intitulado “Bandeira Branca”, conhecido como Movimento Independente Acampamento do Aprumado, também de Rancharia.

Líderes dessa ocupação disseram que a ação tem como objetivo pressionar o Incra a desapropriar a área que, segundo eles, já foi vistoriada pelo Governo Federal. Com informações do site Ocnet.