O responsável jurídico do Irã pelo processo de execução da viúva Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos, condenada à morte por enforcamento, anunciou hoje (17) que a pena não foi suspensa. O chefe do Departamento de Justiça do Azerbaijão Oriental Hojjatoleslam, Malek Ajdar Sharifi, afirmou que o processo de Sakineh ainda aguarda julgamento e decisão final. A autoridade negou alterações na ação.
Sharifi afirmou que o Supremo Tribunal do Irã ainda não emitiu o “veredicto final” sobre o caso de Sakineh. “[O processo] segue seu curso normal e burocrático”, disse ele. As informações são da agência oficial de notícias do Irã, Irna.
Sakineh é acusada de infidelidade e cumplicidade no assassinato do marido. A viúva e seus dois filhos negam as acusações, mas ela é mantida presa e virou uma espécie de símbolo de combate à defesa dos direitos humanos no Irã.
A presidenta Dilma Rousseff é uma das críticas à sentença de morte de Sakineh. Inicialmente, a viúva foi condenada à morte por apedrejamento, agora aguarda o julgamento do ação que a condena ao enforcamento.
O caso de Sakineh mobilizou personalidades de vários países, envolvendo na campanha pela suspensão da pena de morte autoridades, artistas e intelectuais, além de representantes de entidades humanitárias. No ano passado, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a libertação de Sakineh e ofereceu asilo para ela ficar no Brasil. Em resposta, o governo Ahmadinejad classificou o Brasil de “desinformado” sobre o caso.