Quase duas semanas após a tragédia que afetou a região serrana fluminense, praticamente todas as rodovias estaduais que dão acesso às cidades atingidas já estão desobstruídas e liberadas ao tráfego. O tempo bom nos últimos dias permitiu um melhor rendimento dos trabalhos emergenciais executados pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ) e, desde a tarde de ontem (24), foi liberado ao tráfego o último acesso ainda interditado, o trecho da RJ-134 que liga São José do Vale do Rio Preto à rodovia federal BR-116 (Rio-Teresópolis-Além Paraíba).
Vários trechos das estradas já liberadas ainda estão com tráfego em meia pista, em função da continuidade das obras de emergência. É o caso da RJ-134, entre São José do Vale do Rio Preto e a BR-040 (Rio-Juiz de Fora), da RJ-130 (Teresópolis-Nova Friburgo) e da RJ-148 (Nova Friburgo-Sumidouro-Carmo).
Na RJ-116, rodovia administrada pela concessionária Rota 116, o tráfego já flui normalmente até Nova Friburgo, mas permanece a interdição no Km 102,5, próximo a Bom Jardim, onde o Exército constrói uma ponte para substituir a que foi derrubada pelas chuvas. No entanto, para permitir o acesso ao município, o DER-RJ finalizou obras de emergência num trecho da RJ-146, que liga Bom Jardim a Trajano de Morais.
De acordo com o presidente do DER-RJ, Henrique Ribeiro, uma vez concluída a desinterdição das rodovias, terá início uma segunda etapa de obras emergenciais. “Essa primeira fase foi de desobstrução e limpeza. Paralelamente, nós fizemos o mapeamento de todos os pontos críticos de deslizamento de barreiras e de erosões. Já estamos com esse levantamento feito e fechando o orçamento para termos uma ideia do custo de recuperação desses pontos” , disse.
Ribeiro explicou que essa segunda fase das obras emergenciais tem como objetivo evitar o risco de deslizamentos em função de novas chuvas na região. Posteriormente, será feito um diagnóstico mais amplo das rodovias estaduais, principalmente na região serrana. O presidente do DER-RJ prevê um ano para a realização desse trabalho, que deixará as estradas da região menos vulneráveis aos efeitos das catástrofes.
Segundo Henrique Ribeiro, essa foi a situação mais grave já enfrentada pelo órgão, devido ao número de rodovias afetadas. “De uma vez só, foram danificadas sete estradas de acesso a municípios da região serrana”, disse.