O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos recomendou que as autoridades do Haiti examinem em detalhes as razões do retorno do ex-presidente haitiano Jean Claude Duvalier, conhecido como Baby Doc, ao país. Para as Nações Unidas, os efeitos do regresso de Baby Doc são imprevisíveis e o alerta deve ser mantido.
O porta-voz do Alto Comissariado, Rupert Colville, afirmou que o interrogatório a que foi submetido Baby Doc ontem (18) e as acusações feitas formalmente pela Promotoria de Justiça do Haiti não indicam ainda se há disposição em punir o ex-presidente da República.
“É preciso reunir provas de uma forma organizada. Não se pode construir um caso baseado no nada. Portanto, não se sabe se há pedidos pendentes de prisão”, disse o porta-voz. Segundo ele, é fundamental lembrar que durante os 15 anos que esteve no poder Baby Doc é acusado de violações dos direitos humanos.
Para o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o retorno de Baby Doc ao Haiti no último dia 16 – quando estava previsto e depois foi cancelado o segundo turno das eleições presidenciais no país – deve ser analisado como algo que “levanta questões sobre responsabilidade e impunidade”.
Baby Doc governou o Haiti no período de 1971 a 1986. Ele foi deposto do poder por uma reação popular. Era acusado de uma série de crimes e de promover o terror no país por meio da ação das milícias – grupo denominado de Tontons Macoutes. Por 25 anos, o ex-presidente viveu na França.