O líder do PDT na Câmara e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, afirmou hoje (24) que um possível reajuste da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física em 2011, em 6,46% (inflação registrada em 2010), significa um avanço nas negociações com o governo.
As negociações entre governo e centrais sindicais começarão, efetivamente, na quarta-feira (26), quando os sindicalistas se reunirão, às 15h30, com o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. “Queremos discutir três coisas: o reajuste do salário mínimo, a correção da tabela [do IR] e o reajuste dos aposentados [e pensionistas da Previdência]”, destacou o deputado à Agência Brasil.
O parlamentar reconheceu a dificuldade de emplacar um salário mínimo de R$ 580, reivindicado pelos sindicatos. Segundo ele, “necessariamente a negociação não precisa ser [no tom] de R$ 580 ou nada”. Paulinho da Força admite negociar um valor de R$ 560.
Quanto aos R$ 545 ou R$ 550, propostos pelo governo, o sindicalista ressalta que dificilmente as centrais aceitarão. Ele acrescentou que outro ponto que “dará trabalho” quando as conversas começarem será a correção dos benefícios previdenciários. “Não podemos aceitar só a correção pela inflação”, salienta.
Para o senador Paulo Paim (PT-RS), que elegeu a bandeira da correção do salário mínimo e da melhoria dos benefícios dos aposentados na sua carreira parlamentar, qualificou de “inaceitável” querer vincular a correção da tabela do IRPF ao reajuste do salário mínimo. “Isso vai dar um rolo enorme”, resumiu o parlamentar.
O raciocínio de Paim é que o Executivo quer privilegiar a classe média, que paga imposto de renda, em detrimento dos trabalhadores mais pobres. Ele também considerou um equívoco das centrais sindicais ter vinculado os dois temas na proposta de negociação com o governo. “As centrais deveriam trabalhar com um foco mais dirigido.”