Os acusados pelo assassinato do catador de recicláveis Getúlio Cavalcante Mendonça vão ser julgados pelo Tribunal do Júri no Fórum da Comarca de Panorama, a partir das 9h, de amanhã. Mendonça tinha 54 anos quando foi morto. O crime ocorreu em março de 2008 e ganhou repercussão nacional pelo fato da vítima ter sido encontrada sem a cabeça e o coração. A sessão do júri é aberta ao público.

O júri será presidido pelo juiz titular, Júlio da Silva Branchini. Os réus Antônio Marcos Nogueira e Fábio Adriano Martins respondem por homicídio duplamente qualificado, meio cruel que dificultou a defesa do ofendido, destruição de parte do cadáver e ocultação. Ambos contam com diversas passagens pela polícia por envolvimento com entorpecentes e prática de furtos e outros crimes contra o patrimônio.

Atuará na defesa de Antônio, o advogado Rogério Calazans Plaza e na defesa de Fábio, o advogado José Severino Martins. O promotor de justiça Rufino Eduardo Galindo Campos trabalhará na apresentação da acusação. É a segunda vez que a Justiça instala o júri popular. Em dezembro de 2010, a sessão que deveria ocorrer naquela data foi redesignada.

A MORTE – O crime ocorreu no Potiguara, bairro onde a vítima residia na casa de um amigo há três anos. Segundo o então delegado de Panorama, Alexandre Luis Luengo Lopes, além da identidade dos acusados pelo crime, a polícia havia descoberto também que o motivo do homicídio foi uma bateria usada que os autores teriam furtado de um veículo da cidade.

Antônio Marcos e Fábio Adriano haviam furtado a bateria e escondido nas imediações de onde residiam. Getúlio teria encontrado a bateria e se apossado do objeto, pois pretendia vendê-la a algum pescador, já que existe muito comércio de bateria entre os ribeirinhos.

Ao tomarem conhecimento do fato, os dois decidiram matar Getúlio.

A vítima foi executada no quintal da residência, onde um dos autores morava e depois, colocaram o corpo em um carrinho de mão e levaram até a margem do rio.

Eles abandonaram o corpo e deceparam a cabeça com a intenção de dificultar a identificação da vítima.

Depois, jogaram a cabeça nas águas do rio. Abriram o tórax do corpo, arrancaram o coração e levaram novamente ao local onde ocorreu o homicídio, onde dilaceraram o órgão e o deixaram espetado em uma faca cravada em uma escada de madeira.