O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou hoje (22) que, diante das dificuldades de obter autorização para voos na Líbia, o governo do Brasil negocia um navio da Itália para retirar os cerca de 130 brasileiros que estão em Benghasi – uma das cidades onde houve protestos mais violentos na Líbia. Já a ministra das Relações Exteriores da França, Michele Alliot-Marie, disse que os franceses também colocaram voos à disposição dos brasileiros.
A previsão é que, a pedido dos líderes políticos da União Europeia, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas se reúna na sexta-feira (25), em Genebra. O objetivo é aprovar uma moção em repúdio aos atos de violência registrados durante os protestos na Líbia. Há suspeitas de crimes contra a humanidade.
Paralelamente, Patriota disse que evoluem os esforços para a retirada dos brasileiros que estão na Líbia. “Também está sendo examinada a possibilidade e já foram contatadas companhias [de navios] na Itália para eventualmente atracar em Trípoli e Benghasi. A notícia relativamente tranquilizadora para os que estão em Benghasi é que a cidade amanheceu sem distúrbios hoje [22]”, afirmou Patriota. “Reitero o que disse ontem [21], que o uso da violência contra manifestantes desarmados é inadmissível.”
A ministra francesa, que passou o dia em Brasília, reafirmou que a França se dispõe a ajudar o país no transporte dos brasileiros que queiram sair da Líbia. Alliot-Marie afirmou ainda que não há informações sobre atos de violência contra estrangeiros, mas que o alerta deve ser mantido.
“Não houve atos contra estrangeiros e isso nos conforta um pouco. Quando há violência, há risco de violência colateral. Por isso fazemos de tudo para que as pessoas possam sair [da Líbia]. Por isso estamos fazendo algo que possamos nos ajudar mutuamente e colocamos isso em disposição”, disse a chanceler francesa.
Patriota afirmou ainda que há dificuldades para a obtenção de autorização para sobrevoos e pousos em Trípoli. Segundo ele, algumas das empresas – a Odebrecht, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e a Petrobras – negociam para que os funcionários, interessados em sair da Líbia, tenham condições de viajar de avião ou navio.