Depois de assumir o comando-geral das forças de paz no Haiti, o Brasil coordenará a partir desta semana a Força-Tarefa Marítima (cuja sigla em inglês Maritime Task Force) no Líbano. O comandante escolhido é o contra-almirante Luiz Henrique Caroli. O Líbano passa por um momento de turbulência política, como outros países muçulmanos do Oriente Médio e do Norte da África, com ameaças de protestos e agravamento da instabilidade.
O militar brasileiro vai comandar uma frota de oito navios de guerra de cinco nacionalidades – Alemanha, Turquia, Grécia, Indonésia e Bangladesh. Está em estudo a possibilidade de o contra-almirante comandar uma fragata com 3 mil navios. As informações são de militares e negociadores brasileiros, além da agência pública de Portugal, a Lusa.
Desde de 1978, a Organização das Nações Unidas (ONU) mantém no Líbano uma missão de paz denomina Forças Interinas das Nações Unidas do Líbano (Unifil). O objetivo inicial foi garantir a retirada pacífica das tropas de Israel do Sul do Líbano e evitar conflitos entre os integrantes do Hezbollah e de Israel, além de dar apoio ao governo libanês para a consolidação do poder na região.
No total, aproximadamente 13 mil homens de 30 países integram a missão no Líbano com o apoio de 50 observadores militares. Em 2006, após a segunda guerra do Líbano, o Conselho de Segurança da ONU expandiu o papel da Unifil para atividades de ajuda humanitária e apoio na defesa das suas fronteiras.
No Líbano, o clima de apreensão se agravou desde o mês passado, quando assumiu o cargo o novo primeiro-ministro Najib Mikati. Ele é alvo de resistência internas e externas por suas ligações com o grupo Hezbollah. Antes dele, estava no cargo Saad Hariri. Os manifestantes reagem à nomeação de Mikati por acreditar que o Hezbollah exercerá o poder.