A França anunciou que começa no próximo dia 18 uma nova fase de buscas pelos destroços do avião da Air France, que caiu no Oceano Atlântico, em 31 de maio de 2009. A nova operação, que é a quarta iniciativa, cobrirá uma área de 10 mil quilômetros quadrados que ainda não foi explorada nas buscas anteriores. A informação foi divulgada ontem (4) pelo ministro francês dos Transportes, Thierry Mariani.
O avião Airbus de prefixo AF 447 desapareceu após decolar do Rio de Janeiro rumo a Paris, com 228 pessoas a bordo.
A operação está prevista para durar até julho. A Air France e a Airbus devem financiar as buscas, que vão custar US$ 12,5 milhões (R$ 20,8 milhões). Se a fuselagem for localizada, será lançada uma operação para a retirada dos destroços, financiada pelo governo francês.
O governo espera encontrar nos destroços as caixas-pretas do avião, consideradas fundamentais para desvendar as causas da catástrofe. A nova área delimitada para as buscas do Airbus A330-200 é mais vasta do que a da fase anterior, que havia sido de 2 mil quilômetros quadrados e posteriormente estendida a 6 mil quilômetros quadrados.
As três fases anteriores permitiram vasculhar cerca de 7 mil quilômetros quadrados, declarou Jean-Paul Troadec, diretor do Escritório de Análises e Investigações (BEA, na sigla em francês), que investiga o acidente.
Segundo o governo francês, as investigações permitirão concluir que as zonas já exploradas não precisam ser vasculhadas novamente. “A fuselagem muito provavelmente está nas áreas onde ainda não realizamos buscas”, disse Alain Bouillard, responsável, no BEA, pelas investigações do acidente com o avião da Air France.
Na fase anterior de buscas, realizada entre abril e maio do ano passado, a área havia sido delimitada com base em cálculos sobre as correntes marinhas realizados por institutos internacionais. “Estamos utilizando os melhores meios técnicos. Não podemos fazer mais do que isso. Se não encontrarmos o avião agora, precisaremos esperar que surjam novos meios técnicos para realizar outras buscas”, disse Troadec, que se recusou a reconhecer que esta seria a “operação da última chance”.
Nas novas buscas, serão utilizados três robôs submarinos Remus e um navio, o Alucia, que deverá chegar ao porto de Suape, ao sul de Recife, no dia 14 de fevereiro. Parentes das vítimas, que participaram nesta sexta-feira (4) de uma reunião com o ministro francês, vinham exigindo que as buscas continuassem para permitir o esclarecimento das causas do acidente.