“Fizemos pequenos testes de memorização simples e foi constatado que ela está com Alzheimer”. Com essa frase o personagem Ricardo (Eduardo Coutinho) explica para Solano (Murilo Rosa) sobre a causa dos esquecimentos frequentes de sua avó Mariquita (Laura Cardoso) durante um capítulo da novela das seis da TV Globo, Araguaia.

O Alzheimer é uma doença degenerativa que compromete o cérebro causando alterações comportamentais, dificuldades de raciocínio e diminuição da memória que atinge pessoas com idade a partir dos 60 anos. Estima-se que nos Estados Unidos exista cerca de 4,5 milhões de portadores, se tornando a quarta causa de óbito em adultos. No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer, esse índice é de mais de 1,2 milhões de pessoas com a doença.

De acordo com a psicóloga da Clínica Maia Maria Elaine Gonçalves, o Alzheimer afeta todo o convívio familiar, já que os cuidados com os pacientes devem ser redobrados. “As pessoas com idade avançada já precisam de uma atenção especial dos familiares. Quando sofre de algum tipo de demência, como o Alzheimer, a situação fica ainda mais delicada, pois é necessário ter sempre um acompanhante para auxiliá-lo no convívio diário”, explica Elaine.

Entre os principais sintomas da doença estão a perda gradual da memória – principalmente a recente, dificuldade na realização de tarefas cotidianas (como lembrar de escovar os dentes ou abotoar a roupa de maneira correta), diminuição do senso crítico, desorientação e alterações da personalidade.

“Se o idoso apresentar uma confusão mental ou esquecimentos frequentes, os familiares já devem procurar um geriatra ou neurologista. No primeiro estágio do Alzheimer é comum deixarem pensamentos inacabados, esquecer fatos e conversas recentes, mas lembrarem de um passado distante”, afirma a psicóloga.

Descobrir a doença já nos primeiros sintomas ajuda os especialistas a indicarem o tratamento clínico e terapêutico mais indicado para cada caso. “Existem tratamentos que auxiliam a atenuar os sintomas da doença, terapias ocupacionais, medicamentos, o que possibilita os pacientes a terem uma melhor qualidade de vida. O acompanhamento multidisciplinar nesses casos, é fundamental”, explica Elaine.