A não aprovação do projeto que autorizava a Emdaep fazer a correção de pouco mais de 15% na tarifa de água aos consumidores dracenenses provocou o corte em investimentos nas melhorias de rede, reservatórios, poço artesiano, reformas de bombas reservas, caixa de água e em equipamentos, bem como a montagem de um laboratório para a lagoa de tratamento e pavimentação. A medida tem validade de 60 dias até que o impasse no aumento da tarifa seja resolvido com os quatro vereadores que votaram contra.
Além de corte nos investimentos, a empresa também está intensificando a suspensão no fornecimento de água aos inadimplentes de maneira mais eficaz para enxugar o custo.
A orientação é para que as pessoas que tem débito com a Emdaep procurem solucionar o problema, já que podem conseguir o parcelamento.
A informação foi dada ontem à tarde por Vanderlei Biazini, presidente da Emdaep, que deu como justificativa para a correção inflacionária da tarifa os altos custos de energia e de outras receitas para manter os serviços. Ele disse ainda que o corte nos investimentos tem como objetivo evitar o colapso financeiro na empresa, que há cerca de 15 meses não corrige os preços das tarifas.
Segundo Biazini, essa correção, se tivesse sido aprovada, entraria em vigor em março, mas seria cobrada na conta de água a partir de abril. Um dos exemplos citados pelo presidente é que a conta mínima de água na Emdaep custa R$ 13,60 e seria corrigida para R$ 15,60, contra R$ 28 na Sabesp.
Biazini afirmou que, por enquanto, estão mantidos somente os investimentos na manutenção, enquanto não seja decidido o que será feito. Ele pretende, ainda hoje, se reunir com o departamento jurídico da empresa para discutir sobre o assunto e depois se reunir com o prefeito Célio Rejani.
Segundo Biazini, os vereadores contrários ao aumento disseram que 15% é um absurdo, mas na verdade não é, já que o preço da tarifa de água em Dracena ainda é o mais baixo em relação à Sabesp e outras cidades da região. O presidente deu como exemplo que por 15 metros cúbicos de água a Emdaep cobra R$ 23, enquanto que na Sabesp custa R$ 66.
Vanderlei Biazini disse ainda que se não houver uma saída para a empresa, até a Revisão Geral Salarial, que deve ocorrer em março, pode ser comprometida. De acordo com o presidente, o corte nos investimentos não afeta a conclusão de obras como o recapeamento da avenida Washington Luiz, a parte de pavimentação que é um serviço contratado e as operações tapa buracos.
O projeto que previa a correção dos preços das tarifas de água foi rejeitado pelos vereadores José Antonio Pedretti, Milton Polon, Rodrigo Castilho e Claudinei Milan (Melão), dando como justificativa que a correção em questão é alta para ser cobrada de uma só vez e pesaria no bolso dos dracenenses. Votaram favoráveis ao projeto os vereadores Juliano Bertolini, Pedro Gonçalves Vieira e Ademir Ussifati que elogiaram os serviços executados e os investimentos feitos pela Emdaep.