O Banco Central (BC) informou hoje (10) que os consumidores estão pagando mais pelos empréstimos e que as concessões caíram. De acordo com os dados apresentados pelo diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, a taxa média de juros para o crédito pessoal passou de 40,3% ao ano, em 6 de dezembro de 2010, para 49,4% ao ano, em 26 de janeiro deste ano. No mesmo período, a média das concessões de crédito pessoal passou de R$ 708 milhões para R$ 571 milhões.
A taxa média de juros para a compra de veículos cobrada pelos bancos das montadoras passou de 19,2% ao ano para 23,1% ao ano e as concessões caíram de R$ 79 milhões para R$ 50 milhões.
No caso dos demais bancos, a taxa média de juros para a compra de carros passou de 22,9% ao ano para 27,7% ao ano, com queda nas concessões de R$ 567 milhões para R$ 315 milhões.
Segundo a apresentação do diretor, “a dinâmica recente de prazos, preços e volume de concessões sugerem eficácia das ações macroprudenciais introduzidas no início de dezembro, como elemento de contenção da demanda agregada”.
Em dezembro, o BC anunciou medidas adotadas para reduzir a liquidez no mercado financeiro e inibir o surgimento de trajetórias de crescimento do crédito não sustentáveis. O BC aumentou a exigência do requerimento de capital das instituições financeiras de 11% para 16,5%, para a maioria das operações de crédito a pessoas físicas. Isso significa que, para cada R$ 100 emprestados, o banco deverá ter R$ 16,5 e não mais R$ 11 para arcar com riscos.
A medida estabeleceu que, para empréstimo com prazos mais longos, principalmente para a compra de veículos, os bancos terão que reservar mais recursos para cobrir riscos.
Também foi anunciado o aumento de alíquotas de depósitos compulsórios, recursos que os bancos são obrigados a deixar no BC, e assim não podem usar o dinheiro para emprestar aos clientes.