A Junta Militar, responsável pelo governo de transição do Egito, pediu hoje ao governo do Reino Unido para congelar os bens do ex-presidente egípcio Hosni Mubarak e sua família. A informação foi divulgada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, William Hague. Porém, Hague não detalhou os bens que serão congelados.
O assunto será tema amanhã (15) de uma reunião do ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, com seus pares europeus, em Bruxelas. O patrimônio da família Mubarak está avaliado entre US$ 40 bilhões e US$ 70 bilhões, segundo especialistas.
A suspeita é que Mubarak tenha aplicado seu dinheiro em bancos na Suíça e no Reino Unido. A família do ex-presidente tem propriedades em Londres, Paris, Madri, Dubai, Washington, Nova York e Frankfurt, segundo informação da IHS Global Insight, empresa que faz análises econômicas e financeiras.
“Recebemos um pedido da parte do governo egípcio para congelar os bens de várias autoridades que pertenciam ao antigo governo. Vamos evidentemente cooperar com as autoridades egípcias trabalhando com a União Europeia e com outros parceiros internacionais à semelhança do caso da Tunísia”, disse Hague.
No caso da Tunísia, o ex-presidente Zine el-Abidine – que foi obrigado a deixar o poder depois de 23 anos devido à pressão popular – teve seus bens e de sua família congelados nos países que integram a União Europeia.
Segundo o ministro britânico, todas as providências serão tomadas em relação às antigas autoridades do Egito. “Se existirem indícios de espoliação ou de uma utilização ilegal de fundos públicos, iremos tomar medidas firmes e rápidas”.