O prefeito de Alto Alegre do Pindaré (MA), Altemir Botelho (PT), e os nove empregados da mineradora Vale que haviam sido tomados como reféns pelos índios Guajajaras foram libertados na noite de ontem.
O primeiro grupo de reféns, sequestrado na tarde de quarta-feira quando os indígenas interditaram a Estrada de Ferro Carajás (EFC), ficou em poder dos Guajajaras por cerca de 30 horas. O segundo grupo – que foi à aldeia Maçaranduba, na terra indígena de Caru, para negociar a liberação dos seis primeiros reféns e acabou também capturado – foi libertado depois de cerca de cinco horas.
Logo após a libertação dos reféns, a mineradora divulgou uma nota onde reiterou que nenhuma das reivindicações dos índios – repasse de recursos para agricultura e melhorias na assistência médica e de educação na reserva – dizem respeito a atuação da Vale, que está em dia com suas obrigações junto a Fundação Nacional do Índio (Funai). A empresa disse que está tomando providências cíveis e criminais contra os responsáveis pela interdição da ferrovia e captura de seus funcionários.
O superintendente da Funai no Maranhão, José Leite Piancó, disse a uma emissora de TV local que o repasse dos insumos agrícolas está atrasado. Ele atribuiu o fato aos fornecedores, que não entregaram o material comprado com os recursos repassados pela Vale.
O episódio desta semana não é o primeiro envolvendo Guajajaras e a EFC. Desde 2005, em outras dez ocasiões os índios ocuparam e interditaram a ferrovia e, em pelo menos uma destas situações, empregados da Vale foram tomados como reféns.