A polícia da Indonésia afirmou hoje que está questionando oito pessoas envolvidas em um sangrento conflito religioso que matou três pessoas no fim de semana. O incidente, envolvendo mais de mil muçulmanos que invadiram uma residência em Java Ocidental ontem, para impedir a seita de minoria islâmica Ahmadiyah de exercer sua fé, foi condenado pelo governo e por ativistas de direitos humanos. Um porta-voz da polícia nacional disse que oito pessoas eram interrogadas e as investigações estão em andamento, mas a polícia ainda não apresentou acusações.
O presidente Susilo Bambang Yudhoyono instruiu a polícia a tomar ações firmes contra os autores, para “capturá-los” e levá-los aos tribunais, disse seu assessor Daniel Sparingga. A Constituição indonésia garante explicitamente a liberdade de religião no país de 240 milhões de pessoas, 80% das quais são muçulmanas. O país ratificou um documento internacional sobre direitos políticos e civis.
Um decreto do governo adotado em 2008, porém, sob pressão de conservadores islâmicos, proibiu a seita Ahmadiyah de disseminar sua fé, que inclui a crença de que o fundador da seita, Mirza Ghulam Ahmad, é o último profeta muçulmano. O grupo, que afirma ter centenas de milhares de membros na Indonésia, tem sido alvo de ataques violentos cometidos por membros de organizações extremistas islâmicas, que operam com impunidade quase total.