O presidente da Líbia, Muammar Khadafi, afirmou hoje (28) que é “amado pelo povo líbio” e recusou-se a admitir que há “protestos” contra o governo na capital do país, Trípoli.
Desde o último dia 15, uma onda de manifestações contrárias ao governo ocorre não só na capital, como também nas principais cidades do país. A estimativa é que mais de mil pessoas morreram. No poder desde 1969, Khadafi disse que seu povo é capaz de morrer para protegê-lo.
Em entrevista concedida hoje, Khadafi reiterou que os manifestantes de seu país estão armados e sob a influência de drogas fornecidas pela Al Qaeda. Segundo ele, a ordem que deu às forças policiais é para que evitem atirar contra os manifestantes.
Horas antes da entrevista de Khadafi, líderes políticos de diversos países condenaram a violência do regime contra os manifestantes que têm saído às ruas da Líbia nas últimas duas semanas, e a União Europeia aprovou sanções que impõem embargo à venda de armas para a Líbia e o congelamento dos bens do presidente e de pessoas ligadas a ele.
Khadafi deverá ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional a pedido do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Para o órgão, as denúncias de crimes de guerra e violação de direitos humanos devem ser apuradas de forma minuciosa. Há relatos de que pessoas foram enterradas vivas, por ordem do líder líbio, e de bombardeios em Trípoli e na cidade de Benghazi, a segunda maior da Líbia.