Depois de promoverem o maior protesto contra o governo do presidente do Egito, Hosni Mubarak, manifestantes passaram a noite acampados na principal praça pública do Cairo. Os manifestantes demonstram ignorar a mensagem em que Mubarak informa que não se candidatará à reeleição e deixará o governo em setembro. A oposição exige a imediata saída do presidente.

Ontem (1º) cerca de 1 milhão de pessoas foram às ruas das principais cidades egípcias em protesto contra Mubarak. Apesar da rejeição do diálogo por parte da oposição, o presidente egípcio disse que apela diretamente à população para que assuma responsabilidades. Segundo Mubarak, seu “trabalho é servir ao país”.

A pedido dele, o vice-presidente, Omar Suleiman, tenta o diálogo com todos os líderes políticos do Egito. “Os acontecimentos destes dias nos obrigam a escolher entre o caos e a estabilidade”, afirmou o presidente, em cadeia de rádio e televisão na noite de ontem.

O presidente descartou um eventual exílio: “Este país é o meu país e eu vou morrer em solo egípcio”. “A história vai julgar-me por meus méritos”, acrescentou. Paralelamente, o presidente orientou militares e policiais para apenas monitorar os protestos no país. Ontem as autoridades de segurança acompanharam as manifestações pelas ruas do Egito.

Ontem, apesar do toque de recolher que começou às 14h, ativistas, estudantes, jovens, trabalhadores e famílias com crianças se prepararam para passar a noite no região que concentrou os protestos. Para os que não tinham o que comer, houve distribuição de alimentos e água, enquanto fogueiras foram acesas.