A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, representará o Brasil na reunião extraordinária de hoje (28) do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, na Suíça, para definir medidas restritivas à Líbia. Ela é a chefe da delegação brasileira, segundo a Secretaria de Direitos Humanos e o Itamaraty. A reunião está prevista para começar às 14h (horário de Brasília). O conselho examina, entre outras denúncias, as informações de que pessoas foram enterradas vivas e de que civis foram bombardeados. O governo líbio nega as acusações.

O governo brasileiro repudia todos os atos de violência e defende o fim dos embates entre forças policiais e manifestantes. Há 13 dias ocorrem protestos no país na tentativa de forçar a saída do presidente líbio, Muammar Khadafi. Dados não oficiais informam que cerca de mil pessoas morreram nos conflitos e 100 mil tenham fugido da Líbia.

Os representantes dos países que integram o conselho estão preocupados com os estrangeiros que estão com dificuldades de deixar a Líbia e sofrem nas fronteira do país com a Tunísia. Também há acusações de apreensão de passaportes, documentos pessoais e bens.

Desde o último dia 15, a oposição lidera protestos na Líbia para a saída de Khadafi. No poder há quase 42 anos, o líbio resiste a abrir mão do comando do país. Paralelamente ele intensifica os confrontos com os manifestantes.

Anteontem (26) o Conselho de Segurança das Nações Unidas, por unanimidade, aprovou uma resolução de embargo à venda de armas para a Líbia e o congelamento dos bens de autoridades do país. Também ficou decidida a proibição de vistos para Khadafi e as pessoas ligadas a ele.

Por recomendação do Conselho de Segurança, o presidente líbio deve ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Ele é acusado de crimes contra a humanidade cometidos durante as manifestações.