O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse hoje (15) que vê “sinais satisfatórios” vindos do Egito, onde uma junta militar está no poder após a renúncia do presidente Hosni Mubarak, na última sexta-feira (11).

Obama também comparou a situação no Egito, onde manifestantes protestaram durante 18 dias consecutivos até a renúncia de Mubarak, com a do Irã, onde forças de segurança reagiram com violência aos protestos de ontem.

“Nós enviamos uma mensagem forte aos nossos aliados na região, dizendo: vamos olhar para o exemplo do Egito em oposição ao exemplo do Irã”, disse Obama. “Eu acho irônico que você tenha o regime iraniano fingindo celebrar o que aconteceu no Egito quando, na verdade, eles agiram em total contraste ao que aconteceu no Egito, atirando e batendo em pessoas que estavam tentando se expressar pacificamente no Irã.”

As manifestações no Irã foram convocadas inicialmente como apoio às mudanças ocorridas no Egito e na Tunísia, onde manifestações populares, no mês passado, também levaram à saída do presidente Ben Ali. “O que foi verdadeiro no Egito deve ser verdadeiro no Irã, que é o povo ter o direito de expressar suas opiniões, suas queixas, e buscar um governo mais compreensivo”, afirmou o presidente norte-americano.

Obama disse ainda que os Estados Unidos não podem ditar o que ocorre no Irã, mas afirmou esperar que os iranianos continuem a ter a coragem de expressar seu desejo por maior liberdade. “Minha esperança e minha expectativa é que nós continuemos a ver o povo do Irã ter a coragem de poder expressar sua ânsia por maior liberdade e por um governo mais representativo”.

O presidente norte-americano elogiou as posições assumidas pela junta militar que substiuiu Mubarak. Segundo ele, os militares mantiveram o compromisso em seguir os tratados internacionais firmados anteriormente e iniciar as discussões sobre reformas no país com a oposição.

De acordo com Obama, a oposição sentiu que os militares estão sérios em sua intenção de guiar o país para eleições justas e livres. “Obviamente ainda há muito trabalho a ser feito no Egito, mas o que vimos até agora é positivo”.

Nos últimos dias, vários países muçulmanos, como Marrocos, Barhein, Argélia, também tiveram protestos por reformas. Segundo Obama, há mudanças em curso. “O mundo está mudando. É muito importante que, em todas as manifestações que estamos assistindo na região, os governos respondam pacificamente a protestos pacíficos”.