A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, levantou hoje (22) suspeitas de que houve “crimes contra a humanidade” cometidos por autoridades públicas da Líbia para conter manifestações no país. Para Pillay, é necessário elaborar um “inquérito internacional independente” sobre os confrontos.

Pillay condenou a “insensibilidade com que as autoridades líbias e colaboradores estarão, segundo testemunhos, disparando armas reais contra manifestantes pacíficos”. A Alta Comissária apelou à comunidade internacional para que condene a violência por meio de “um compromisso inequívoco de garantir que será feita justiça aos milhares de vítimas desta repressão”.

Desde a semana passada, a Líbia vive manifestações diárias de protesto contra o governo do presidente líbio, Muammar Khadafi, que está há quase 42 anos no poder. Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, os confrontos provocaram um elevado número de mortos que varia de 233, de acordo com algumas entidades, até 400, conforme dados de outros grupos.

Testemunhas relataram massacres nas cidades de Trípoli, a capital líbia, e Benghazi, uma das principais cidades do país. Segundo relatos, houve tiroteios promovidos por militares durante boa parte do dia ontem (21). A televisão oficial da Líbia desmentiu as informações.