Depois de 14 dias de protestos contra o governo do presidente do Egito, Hosni Mubarak, o país ainda está longe de retomar normalidade. Apenas um terço dos bancos voltou a funcionar, liberando pequenas quantias de dinheiros, enquanto 60% do comércio ainda mantém as portas fechadas, assim como as escolas e algumas instituições privadas. Os manifestantes permanecem acampados na Praça Tahrir, centro dos protestos.
Em entrevista à Agência Brasil, o embaixador do Brasil no Egito, Cesário Melantonio Neto, disse ser impossível estimar quando a crise será encerrada no país. “Na Tunísia a crise só acabou depois da quarta para a quinta semana. Mas qualquer estimativa não é precisa”, disse ele.
Apesar das dificuldades, o embaixador afirmou que ainda não há desabastecimento no país. De acordo com ele, há água, alimentos e combustíveis sendo vendidos normalmente. “Felizmente não há desabastecimento. Tenho conversado com egípcios e estrangeiros para verificar isso”, afirmou.
Porém, a Bolsa de Valores do Egito – que está fechada há 11 dias – só deve ser reaberta no domingo (13). O presidente da Bolsa de Valores do Cairo, Khaled Serri, disse que a abertura deve ocorrer com novas medidas para estimular o desempenho do mercado. Ele não adiantou quais serão essas medidas.
O governo egípcio não informou os prejuízos para a economia em decorrência da série de manifestações. Mas, segundo análise do banco francês Crédit Agricole, a crise política custará ao Egito pelo menos US$ 310 milhões .
Em consequência da crise política no Egito e em mais países muçulmanos, foi adiada para 20 de abril a 3ª Cúpula dos Países Sul-Americanos e Árabes (Aspa), marcada para o próximo dia 12. A cúpula ocorrerá em Lima, no Peru. Os 22 países que integram a Liga dos Países Árabes participarão do evento.