Depois de 19 anos de vigência, o governo da Argélia anunciou o fim do estado de emergência no país. A decisão foi gerada pela pressão das manifestações e a cobrança da oposição.

Com a medida, as forças de segurança tiveram os poderes reduzidos, especialmente em questões internas. Desde 1999 no poder, Abdelaziz Bouteflika, de 73 anos, é acusado de se manter no comando por meio de um regime repressivo com base justamente no estado de emergência.

O fim do estado de emergência havia sido anunciado no início desta semana, mas foi oficializado apenas na quarta-feira (23), quando o diário oficial do governo publicou a decisão. A medida foi originalmente imposta em 1992, ano de início da guerra civil no país – que foi até 2002 , sob alegação de ajudar as autoridades a combater rebeldes islâmicos.

Como outros países da região – Norte da África e Oriente Médio -, a Argélia é cenário de protestos nas últimas semanas. Os manifestantes querem reformas democráticas, o fim do aumento nos preços dos alimentos e melhoria na qualidade dos serviços públicos.

O presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, autorizou as manifestações, menos na capital, Argel. Mesmo assim, manifestantes desafiaram a determinação, promovendo protestos e passeatas desde janeiro, gerando cenas de violência na capital.