Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) diz que os avanços no combate à epidemia de aids, além de insuficientes, são frágeis. Para garantir que resultados obtidos até agora nessa área se ampliem e se consolidem, defende o documento, é preciso um esforço mundial e uma mudança na estratégia.
Embora o número de pacientes em tratamento tenha aumentado de forma significativa e o registro de mortes e de novas infecções tenha caído, o documento mostra que há muito por fazer. Em 2010, 6 milhões de pessoas recebiam remédios para controlar a doença – número bem acima dos 5,2 milhões registrados em 2009, mas longe do necessário. Para cada paciente que inicia terapia com drogas antiaids, outros dois são infectados pelo HIV.
O documento, preparatório para uma discussão sobre aids marcada para junho na ONU, em Nova York, mostra que, passados 30 anos do início da epidemia, estratégias precisam ser mais ousadas para atingir uma meta pretensiosa: zero de novas infecções, zero mortes provocadas pela doença, zero discriminação. O secretário-geral Ban Ki-moon, em comunicado, defende a adoção de uma política mais centrada, eficiente e sustentável.
Entre as metas traçadas estão a redução de 50% na transmissão sexual do HIV, redução de 50% das mortes por tuberculose entre pessoas que vivem com aids e assegurar tratamento para 13 milhões de pessoas.
Para que esses objetivos sejam alcançados, o secretário defende uma mobilização de impacto, formada por uma revolução na prevenção, baseada principalmente nos jovens, a revitalização da campanha de acesso universal ao tratamento e prevenção até 2015, a promoção da saúde e dos direitos humanos de mulheres e meninas e a garantia de que países se comprometam para cumprir estratégias e ações no campo da aids.