A partir de julho, começa a campanha de vacinação nacional de cerca de 29 milhões de cães e gatos contra raiva. Na primeira etapa, oito estados irão imunizar quase 7 milhões de animais. Em setembro, a campanha será realizada em 16 estados e no Distrito Federal, com a aplicação das doses em 22 milhões de bichos.
O Rio Grande do Sul e Santa Catarina são os únicos estados que não participam da vacinação, pois não registram a circulação do vírus da raiva. O Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR) fornecerá 32 milhões de doses ao Ministério da Saúde, que irá distribui-las às secretarias estaduais de saúde a partir de maio. A pasta garante que as vacinas poderão ser usadas somente depois de aprovadas pelo Ministério da Agricultura.
Em 2010, a campanha de vacinação foi suspensa em todo o país, depois de mortes e reações adversas em cães e gatos que haviam sido vacinados, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo. De acordo com o ministério, foram notificadas 637 reações adversas, sendo 41,6% dos casos graves (morte ou reação alérgica que pode levar à morte).
Diante dos problemas nos animais, o governo federal decidiu proibir o uso da vacina fabricada pelo laboratório Bio-Vet, e usada pela primeira vez em uma campanha nacional contra raiva. A vacina havia recebido o aval dos ministérios da Saúde e da Agricultura. Porém, com o registro das mortes, novos testes foram feitos pelas pastas nos quais foram constatadas a ocorrência de reações adversas acima do esperado. O fornecedor teve de recolher as doses restantes nos estados.
Na campanha deste ano, as secretarias de Saúde devem notificar casos de reações em animais vacinados ao ministério. Esse processo teve início no ano passado.
A raiva é uma doença viral que pode ser transmitida ao homem por mordida, lambida ou arranhão de um animal infectado, principalmente cães, gatos, saguis e morcegos. A taxa de letalidade entre humanos é próxima de 100%.