Várias regiões da ilha japonesa de Honshu ficaram às escuras nesta segunda-feira com a aplicação dos primeiros cortes de energia para garantir o fornecimento nas áreas afetadas pelo grande terremoto seguido de tsunami da sexta-feira passada.

Os cortes realizados pela companhia elétrica Tokyo Electric Power (Tepco) durarão entre três e seis horas e afetarão várias províncias próximas a Tóquio, cuja região central, no entanto, não foi afetada.

Os cortes estavam previstos para começar na manhã desta segunda-feira, mas a Tepco teve capacidade de geração suficiente para responder à demanda.

Grandes empresas paralisaram algumas de suas fábricas, entre elas a indústria automobilística, que suspendeu a produção em todas as fábricas no Japão, o que ajudou a economizar energia.

A montadora Toyota Motor, maior fabricante automobilística do mundo, anunciou que não retomará a produção em suas 12 fábricas do país pelo menos até quarta-feira, enquanto a Honda suspendeu os trabalhos até domingo.

Uma fábrica da Sony em Kanuma, na província de Tochigi, fechou suas portas nesta segunda-feira, enquanto a Toshiba não operou em sua fábrica de Saitama.

A Tepco, que cortou o fornecimento pela primeira vez desde a fundação da companhia em 1951, assinalou que os blecautes se prolongarão até finais de abril ou até que se solucione a carência de energia nas zonas devastadas pelo terremoto e pelo tsunami.

Durante todo esse tempo, a operadora usará geradores para alimentar serviços essenciais, como hospitais.

Grande parte do transporte público em Tóquio, sobretudo a rede de trem e metrô, não funcionou ou o fez com baixa frequência porque se acreditava que não teriam eletricidade. Por isso, muitos habitantes não foram ao trabalho ou se deslocaram a pé ou de bicicleta.

Algumas empresas reduziram o horário de atendimento ao público. Os habitantes mais precavidos fizeram estoques de água, mantimentos, lanternas e pilhas para os blecautes.

As mudanças no horário dos cortes foram criticadas pelo porta-voz do Governo japonês, Yukio Edano, que acusou a Tepco de confundir 45 milhões de pessoas em Tóquio e em outras províncias afetadas.

A empresa pediu paciência aos cidadãos e lembrou que parte de sua geração procede da usina nuclear de Fukushima, fechada desde sexta-feira, onde já ocorreram duas explosões nos recintos que abrigam os reatores.