O líder espiritual budista dalai-lama anunciou hoje (10) que vai abandonar as funções políticas no governo do Tibete e transferir o poder para um representante eleito. Tenzin Gyatso, de 76 anos, é o 14º dalai-lama. Ele foi reconhecido como líder espiritual em 1937, quando tinha dois anos de idade. Gyatso assumiu as funções religiosas em 1950. A decisão foi anunciada durante cerimônia que lembrou a revolta tibetana de 1959 contra as autoridades chinesas. De acordo com ele, é o momento de “devolver” a autoridade formal para um líder eleito.
As informações são da agência pública de notícias de Portugal, a Lusa. Exilado na cidade indiana de Dharmsala, dalai-lama afirmou que o governo tibetano deve ter mais poder. Segundo o líder, a disposição é apresentar propostas de emendas à Constituição para incluir as mudanças pretendidas.
Ainda este mês, o Parlamento do Tibete reúne-se para votar as emendas defendidas pelo dalai-lama. Pelas interpretações dos parlamentares, o líder espiritual manterá suas funções cerimoniais e um primeiro-ministro será eleito formalmente pelo governo no exílio.
Por tradição, os dalai-lama são líderes políticos e espirituais do Tibete e o atual mantém essa função considerada quase mítica para a maioria dos seguidores. O atual dalai-lama é o 14º de uma linhagem de líderes espirituais que, pela crença budista, são a reencarnação de espíritos que têm o objetivo de esclarecer a humanidade.
Lama é uma palavra tibetana que significa sabedoria, monge, mestre e guru. O dalai-lama também é chamado de Sua Santidade por seus seguidores.