Em meio a uma série de protestos que já dura mais de um mês, o governo do Bahrein prendeu hoje (17) seis integrantes da oposição, depois de uma das violentas manifestações em Manama, a capital do país. São líderes oposicionistas xiitas que criticam a monarquia sunita. Um dos presos é Abdeljalil Al Singace, defensor dos direitos humanos.
As informações foram confirmadas pelo deputado xiita Khalil Marzouk, que disse ainda que as prisões ocorreram de madrugada. Nos últimos dias, o governo do Bahrein decretou estado de emergência e proibiu manifestações no país.
Os manifestantes defendem mudanças na Constituição, querem substituir o primeiro-ministro do Bahrein, Khalifa Bin Salman Al Khalifa, que é tio do rei, e ampliar os poderes do Parlamento. O rei Hamad Ben Issa Al Khalifa decretou o estado de emergência por três meses. De maioria xiita, o Bahrein é governado pela minoria sunita.
A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, denunciou hoje que as autoridades do Bahrein determinam ordens de invasão a hospitais para prender oposicionistas. Ela disse que está “profundamente alarmada pela escalada de violência cometida pelas forças de segurança” no país.
Desde o início do mês passado, há protestos contra o regime no Bahrein, inspirados pelos levantamentos populares na Tunísia e no Egito. No começo desta semana, o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) enviou para o país um contingente militar, formado por soldados sauditas, para ajudar as autoridades a controlar os protestos.